Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher
28 maio 2022
Devido à dupla jornada feminina, muitas mulheres acabam negligenciando a própria saúde para concentrar sua atenção na saúde dos familiares. Com a correria do dia a dia, os exames preventivos não são feitos, as consultas não são remarcadas e com o passar do tempo, a saúde dessas mulheres pode ficar cada vez mais de lado.
Por isso, o dia 28 de maio tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre os principais problemas que afetam a saúde feminina. A data surgiu em 1987, no V Encontro Internacional Mulher e Saúde, na Costa Rica, em que a Rede de Saúde das Mulheres Latino-Americanas e do Caribe propôs que, a cada ano, no dia 28 de maio uma temática guiasse ações sócio-políticas para evitar mortes maternas evitáveis.
Quais são as principais doenças relacionadas à saúde feminina?
O Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher reforça algumas campanhas já existentes como sobre o câncer de mama e o câncer de colo de útero, além de chamar a atenção para outras doenças que afetam muitas mulheres como depressão, fibromialgia, endometriose e infecção urinária.
Saiba mais sobre cada condição e se prevenir delas.
Câncer de mama
O câncer de mama surge pela multiplicação desordenada de células da mama, formando um tumor. É possível notá-lo em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio de nódulos indolores que podem ser sentidos no autoexame. Outros sinais são alterações na pele da mama e do mamilo. O ginecologista deve ser procurado para investigar a condição e confirmar o diagnóstico.
É recomendado, que entre os 50 e os 69 anos, a cada dois anos, a mulher faça a mamografia de rastreamento, possibilitando o acompanhamento e o diagnóstico precoce das pacientes sem sintomas, o que reduz o risco de mortalidade pela doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos, ter uma alimentação balanceada, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, não fumar e amamentar o máximo de tempo possível.
Câncer de colo de útero
Também chamado de câncer cervical, o câncer de colo de útero é causado pela infecção persistente de alguns tipos de Papilomavírus Humano (HPV), causando alterações celulares que podem gerar o câncer. O exame preventivo (Papanicolau) consegue facilmente identificar essas alterações, por isso, é importante realizá-lo periodicamente após o início da vida sexual.
O câncer de colo de útero é uma doença silenciosa, apresentando sintomas apenas nos estágios mais avançados, como sangramentos vaginais intermitentes ou após as relações sexuais, secreção vaginal anormal, além de dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
A vacinação contra o HPV, fornecida pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, e o exame preventivo, aliados, são a melhor forma de prevenção contra o câncer de colo de útero. Mesmo as mulheres vacinadas devem realizar o exame preventivo, pois a vacina não é capaz de proteger contra todos os tipos de HPV.
Infecção urinária
Apesar de ser um problema de saúde comum, a infecção urinária pode ser solucionada com simples cuidados. Dentre os principais estão a queimação ao urinar, vontade frequente de urinar, urinar em pouca quantidade e urina escura (concentrada ou com sangue). É importante procurar um médico para obter o diagnóstico correto.
Alguns hábitos são o suficiente para evitar essa condição: beber bastante água ao longo do dia, não segurar a vontade de urinar por muito tempo, urinar antes e depois das relações sexuais, controlar a diabetes e fazer a terapia hormonal para mulheres na menopusa.
Endometriose
A endometriose é uma doença que costuma ser descoberta durante a investigação de outras condições, sendo a principal delas a infertilidade, também estando relacionada com alterações no ciclo menstrual.
O diagnóstico costuma acontecer entre 25 e 40 anos os sintomas são fluxo menstrual frequente, cólicas intensas (por vezes, incapacitantes), dor durante a relação sexual, constipação, sangue nas fezes e na urina. A alternativa de tratamento mais usada é o
bloqueio da menstruação, pois esses sinais tendem a ocorrer apenas no período menstrual. Para as pacientes acometidas pela endometriose que desejam engravidar, pode ser necessária a intervenção cirúrgica.
Fibromialgia
A fibromialgia é a segunda condição reumatológica mais comum no Brasil e dentre dez pacientes, sete são mulheres. A síndrome é caracterizada por dores generalizadas no corpo, sobretudo musculares, sono não reparador, fadiga, sensibilidade ao toque, ansiedade e depressão. A dor é mais intensa ao final do dia e próxima às articulações.
Assim como outras doenças reumatológicas, a fibromialgia é uma condição clínica, não existindo exames que comprovem o diagnóstico. Para que o paciente se enquadre nos critérios da fibromialgia, o mesmo deve estar sentindo dores a mais de três meses em todo o corpo, além de ter a presença de pelo menos 11 dos 18 pontos de dor pré-estabelecidos.
A fibromialgia costuma surgir após um trauma físico ou psicológico, ou até mesmo uma infecção grave. Ela se inicia com uma dor localizada crônica até se espalhar por todo corpo. O tratamento é realizado com medicamentos para dor em conjunto com antidepressivos.
Depressão
A depressão é uma doença psiquiátrica crônica caracterizada por uma tristeza profunda que pode variar entre os graus leve, moderado e grave. As mulheres estão mais suscetíveis à depressão por conta das variações hormonais a que estão expostas, em especial em alguns momentos da vida: puberdade, gravidez, aborto, menopausa e cirurgia de retirada de útero.
Além do estado depressivo e da diminuição da vontade em realizar atividades que antes lhe traziam prazer, também são sintomas da depressão: alterações de peso, distúrbios do sono, baixa autoestima, fadiga, alteração da libido, pensamentos suicidas e dificuldade de concentração.
O acompanhamento com psiquiatra deve ser aliado à terapia para que o paciente tenha uma melhora a longo prazo. A duração do tratamento varia de caso para caso.
É importante realizar exames preventivos e manter uma rotina saudável para evitar essas e outras doenças que podem afetar a saúde feminina, pois o diagnóstico precoce auxilia em um tratamento mais eficaz.
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