Dia Nacional de Combate ao Colesterol: saiba mais sobre o LDL, HDL e o VLDL
7 ago 2020
O Dia Nacional de Combate ao Colesterol é celebrado anualmente em 8 de agosto. A data foi criada para a conscientização e prevenção de Doenças Cardiovasculares (DCV), uma das principais causas de mortalidade no Brasil. O tema da campanha de 2020 é “Mitos e Verdades sobre o Colesterol”. Definido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o objetivo desse ano é desmistificar as lendas e esclarecer dúvidas recorrentes que surgem entre as pessoas.
O colesterol é um tipo de gordura (lipídio) que desempenha funções essenciais no organismo humano, como a produção de hormônios sexuais e faz parte da estrutura do cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração. Além disso, é importante para a formação de outros hormônios como a vitamina D e os ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras da alimentação. Cerca de 70% do colesterol que circula na corrente sanguínea é produzido pelo fígado e os outros 30% é oriundo da nossa alimentação.
Tipos de colesterol:
Existem 3 tipos de colesterol que são frações do colesterol total: Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDL), Lipoproteínas de Alta Densidade (HDL) e a Lipoproteínas de Muita Baixa Densidade (VLDL). Veja a distinção entre os tipos:
- LDL: é responsável por conduzir o colesterol produzido pelo fígado para as células, onde serão utilizadas. Se houver excesso de LDL na circulação e sem aproveitamento das células, existe o risco de entupimento das artérias pela gordura (aterosclerose).
- HDL: é responsável por tirar o excesso de colesterol no sangue, conduzindo-o de volta para o fígado. Sua função é carregar o colesterol de outras partes do corpo para esse órgão, que irá remover essa gordura, excretar ou reutilizar o HDL.
- VLDL: sua principal função é transportar os triglicerídeos pela corrente sanguínea. Essa fração do colesterol está diretamente ligada à quantidade de triglicérides e os seus níveis são diretamente influenciados pela dieta que fazemos.
Mitos e verdades do colesterol
Usando como referência da SBEM, reunimos os mitos e verdades sobre o colesterol neste tópico. Acompanhe abaixo:
- Mito 1: o colesterol é ruim para o organismo.
Verdade 1: o colesterol é essencial para a saúde do organismo, sendo utilizado na produção de hormônios esteróides, vitamina D, bile e formação de membranas celulares. O problema está relacionado aos níveis elevados de colesterol no sangue, que são prejudiciais à saúde. - Mito 2: quem não tem sintomas não precisa fazer exames de colesterol.
Verdade 2: o exame de perfil lipídico (colesterol com frações e triglicerídeos) deve ser realizado na infância e vida adulta, mesmo em pessoas sem sintomas. A frequência de realização e os níveis ideais variam para cada pessoa e deverão ser indicados pelo médico. - Mito 3: se o colesterol LDL (parte “ruim” do colesterol) estiver normal, não é preciso se preocupar com o restante do exame.
Verdade 3: ter o LDL normal não é o suficiente. O perfil lipídico (triglicerídeos, colesterol total e frações) deve ser avaliado como um todo. Um dos tipos mais agressivos de dislipidemia, encontrado com frequência em indivíduos com diabetes, é composto de níveis de triglicerídeos altos e o HDL-colesterol abaixo do recomendado. - Mito 4: o colesterol alto pode ser controlado apenas com alimentação.
Verdade 4: o excesso de colesterol ocorre por fatores genéticos e alimentares. Em pessoas com poucos fatores de risco, o colesterol pode ser controlado com dieta, mas em indivíduos com maior risco cardiovascular, recomenda-se a associação com medicamentos. - Mito 5: todas as dietas baseadas em vegetais (plant-based) são boas para a saúde cardiovascular.
Verdade 5: dietas baseadas em vegetais (plant-based) correspondem à ingestão de menor quantidade de produtos de origem animal (carne, queijos, ovos). Apenas quando substituídos por produtos de origem vegetal, de bom valor nutricional (frutas, legumes e verduras, grão integrais), há melhora do perfil lipídico e diminuição do risco cardiovascular. - Mito 6: evitar o consumo de alimentos com colesterol (por exemplo, gema de ovo) é o suficiente para a saúde do coração.
Verdade 6: o mais importante para a saúde do coração é evitar o consumo de gordura saturada (carne vermelha, frituras) e gordura trans (biscoitos recheados, sorvetes), ter estilo de vida saudável (praticar exercício físico e não fumar) e evitar o ganho de peso. - Mito 7: suplementos contendo ômega-3 são saudáveis e devem ser utilizados por todas as pessoas.
Verdade 7: um estudo recente demonstrou redução de risco cardiovascular, com uso de uma formulação específica do ômega-3 (não disponível no Brasil) em determinado grupo de pacientes. Para a população em geral, o consumo de duas porções por semana de peixes ricos em ômega-3 (salmão, atum, anchovas, sardinha) é o suficiente. - Mito 8: estatinas devem ser interrompidas após algum tempo de uso, pois podem trazer problemas de saúde.
Verdade 8: para a imensa maioria dos pacientes que tem indicação para receber tratamento com estatinas, o benefício do tratamento supera muito os seus eventuais riscos. O tratamento é preventivo, permanente e reduz a mortalidade cardiovascular. - Mito 9: estatinas causam problemas musculares e de fígado. Exames de rotina sempre devem ser solicitados em usuários destas medicações.
Verdade 9: em pessoas sem queixas por conta do uso de estatinas, não há necessidade de coletar exames de rotina (enzimas musculares e de função do fígado), a não ser que haja orientação médica. - Mita 10: estatinas não são seguras e devem ser suspensas em indivíduos idosos.
Verdade 10: estatinas são seguras e, quando indicadas pelo médico, devem ser mantidas. Estudos recentes indicam que mesmo em idosos acima de 80 anos há redução de eventos cardiovasculares com estas drogas.
Por que o colesterol é um fator de risco?
O colesterol é considerado um fator de risco quando as taxas de Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDL) estão elevadas no sangue, formando placas de ateromas. Essa aterosclerose pode causar doenças coronarianas e cardíacas. Acessando o cardiometro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), é possível acompanhar o número de mortes ocasionados por doenças cardiovasculares no Brasil em tempo real.
O controle das taxas de colesterol é feito por acompanhamento médico com o auxílio de exames laboratoriais. Os laboratórios de análises clínicas tem à disposição vários métodos para a determinação direta da concentração de LDL, no entanto, esclarecemos em um de nossos artigos como a exatidão de resultados de colesterol LDL apoia os médicos na promoção da saúde do paciente.
Uma das razões da alteração dos níveis de colesterol está associada aos hábitos alimentares, como a ingestão de alimentos com gorduras saturadas e trans em excesso, presentes em alimentos de origem animal (carnes, ovos, derivados do leite) e produtos ultraprocessados (biscoitos, margarina, salgadinhos de pacote, comidas congeladas, bolos prontos e sorvete).
Por esse motivo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou uma norma, com o objetivo de diminuir e banir o uso e consumo de alimentos com gordura trans até 2023. Ela está dividida em três etapas:
- Fase 1: limitação de 2% de gordura trans na produção de óleos refinados, a partir de julho de 2021.
- Fase 2: restrição de gordura trans para os demais alimentos, com o mesmo limite de 2%, entre julho de 2021 e janeiro de 2023.
- Fase 3: banimento do ingrediente da gordura parcialmente hidrogenada, que é a principal fonte de gordura trans industrial nos alimentos, a partir de janeiro de 2023.
No entanto, mesmo quem não consome os alimentos mencionados pode ter problemas com colesterol, uma vez que ele pode ser passado geneticamente, dos genitores aos filhos. Por isso, a melhor prevenção e tratamento é fazer exames de rotina, manter uma alimentação adequada e saudável e praticar atividades físicas. O uso de medicamentos só é recomendado pelos médicos para pacientes com maior risco cardiovascular.
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