O Ministério da Saúde caracteriza a doença Covid-19 como uma infecção respiratória aguda, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global.

O vírus SARS-CoV-2 é um betacoronavírus de RNA fita simples positivo (+ssRNA). É envelopado e possui quatro proteínas estruturais: S (spike), E (envelope), M (membrana) e N (nucleocapsídeo). A proteína S é a responsável pela ligação do vírus à célula hospedeira, permitindo a incorporação do material genético viral e viabilizando o processo de replicação do vírus.

O número de casos de Covid-19 registrados no Brasil apresenta-se de forma heterogênea. Os dados estatísticos demonstram aumentos (picos) e declínio durante o período de 2020 a 2023, e o número de mortes já supera 700.000.

Gráfico com casos, óbitos e taxa de letalidade por Covid-19 por semana epidemiológica.

Imagem 1: Casos, óbitos e taxa de letalidade por Covid-19 por semana epidemiológica. Brasil SE9/2020 a SE 26/2023

Fonte: Boletim Covid 152- Junho/ Ministério da Saúde – Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente

 

A grande distribuição geográfica da doença Covid-19 e seus impactos na saúde são uma preocupação em todo o mundo. Evidências e estudos recentes demonstram diversas sequelas em pacientes após a infecção por SARS-CoV-2, confirmando que alguns sintomas permanecem em uma grande parcela da população acometida pela doença, fato reconhecido pela OMS como Síndrome ou condição Pós-Covid ou Covid Longa. 

O termo “Condição Pós-Covid” ou “Covid Longa” foi oficialmente reconhecido pela OMS em 2021 e definido por uma condição de permanência de diversos sintomas, podendo ser físicos e/ou psicológicos, após uma infecção por SARS-COV-2. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de um terço dos pacientes acometidos pelo SARS-CoV-2 apresenta mais de um sintoma persistente. 

Os sintomas com maior incidência observada em pacientes que apresentaram a condição pós-covid são:

Tabela mostrando dados sobre manifestações clínicas mais comuns das condições pós-covid.

Imagem 2 – Manifestações clínicas mais comuns das condições pós-covid*.

*Dados referentes a um período inicial da pandemia. Informações sobre o tempo de recuperação dos pacientes e dos sintomas persistentes estão evoluindo e estes dados podem se modificar.

Conforme descrito no Artigo científico publicado na Revista “Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene”: “Long COVID-19 syndrome: a 14-months longitudinal study during the two first epidemic peaks in Southeast Brazil”, 50,2% da população avaliada apresentava a síndrome de COVID longa.

É sabido que a população afetada não se restringe apenas à fase adulta. O Fundo de Nações Unidas pela Infância (UNICEF), ressalta que adolescentes e crianças também podem desenvolver a Síndrome Pós Covid, mesmo as que apresentaram sintomas leves durante a fase aguda da doença e que não tinham complicações médicas anteriores à infecção inicial.

A rápida identificação e tratamento dos efeitos provocados pela Síndrome Pós-Covid são de extrema importância para minimizar os impactos nos pacientes e melhorar a qualidade de vida. Conforme descrito por SCORDO; RICHMOND; MUNRO, 2021, esses sintomas da Covid-19 podem impactar na vida profissional e incapacitar ao exercício laboral.

Os dados recentes também sinalizam a importância e a necessidade iminente de ações para tratamento e reabilitação de pacientes com a Síndrome Pós-Covid, com atuação em distúrbios cognitivos, psíquicos e outros associados (Wade, 2020; Wilson et al., 2020).

As avaliações dos impactos gerados pela Covid e possíveis sequelas permanecem em estudo e devem ser acompanhadas com ajuda médica e exames laboratoriais. Vale ressaltar que os reflexos e o tempo de recuperação da Síndrome são variáveis e devem ser avaliados de forma individualizada.

 

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