Outubro Rosa é o mês de combate e prevenção ao câncer de mama. Criado pela Fundação Susan G. for the Cure no início da década de 1990, trata-se de um movimento internacional de conscientização para o controle da doença. Promovido mundialmente, o Outubro Rosa é uma iniciativa, com o objetivo de compartilhar informações, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento e reduzir o índice de mortalidade.

O câncer de mama é o tipo mais comum na população feminina no Brasil e no mundo, correspondendo a aproximadamente 25% dos novos casos a cada ano. Esse percentual sobe para 29% entre as mulheres brasileiras. A doença é causada a partir de uma multiplicação desordenada de células na mama, gerando células anormais e formando um tumor. 

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 66.280 casos para este ano. Com base no Atlas de Mortalidade por Câncer de 2018, houve 17.763 mortes, sendo 17.572 mulheres e 189 homens. Apesar de muito raro, o câncer de mama também pode acometer o público masculino, representando somente 1% do total de casos.

 

Fatores de risco do câncer de mama

A doença não tem apenas uma causa isolada para o seu surgimento, mas a multiplicidade de fatores não modificáveis. A idade é considerada um dos principais e cerca de quatro a cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. O INCA divide os fatores de risco em três:

  • Fatores ambientais e comportamentais: obesidade e sobrepeso, após a menopausa, sedentarismo e inatividade física, consumo de bebida alcóolica e exposição frequente a radiações ionizantes (raios-x).
  • Fatores da história reprodutiva: primeira menstruação antes dos 12 anos, não ter tido filhos, primeira gravidez após os 30 anos, parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos, uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona) e ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de 5 anos.
  • Fatores genéticos e hereditários: história familiar de câncer de ovário, casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos, história familiar de câncer de mama em homens e alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

O câncer de mama de caráter hereditário e genético corresponde entre 5 e 10% do total de casos. As mulheres que apresentam um ou mais desses fatores têm mais chances de desenvolver a doença. 

 

Sinais e sintomas do câncer de mama

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), são 16 sinais e sintomas para as mulheres observarem se há alterações mamárias e procurar o médico ao notar alguma anormalidade. Separamos os principais, segundo o INCA:

  • Nódulo (caroço) fixo e, geralmente, indolor. É a principal manifestação, presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher.
  • Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja.
  • Alterações no bico do peito (mamilo).
  • Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço.
  • Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.

A manifestação dos sinais e sintomas podem ocorrer isoladamente ou simultaneamente, mas devem ser investigados pelo oncologista para avaliação do estadiamento (nível da doença I, II, III e IV), características biológicas do tumor e as condições do paciente. 

O diagnóstico precoce eleva as chances de cura e é feito a partir de exames clínicos e de imagem (mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética) e biópsia (retirada de um fragmento do nódulo ou lesão suspeita por meio de punções ou de uma pequena cirurgia). O tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia-alvo).

 

Prevenção do câncer de mama

O câncer de mama não é uma doença totalmente prevenível em função da multiplicidade de fatores relacionados ao seu surgimento e ao fato de que vários deles não são atitudes modificáveis. A prevenção está associada mais com à adoção de hábitos saudáveis na rotina, podendo evitar 28% de todos os casos. Usando como referência o INCA e a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), reunimos oito principais medidas de prevenção:

  • Alimente-se bem e não fique muito tempo sem comer, ou seja, prefira comer de três em três horas, em pequenas quantidades, sempre priorizando os alimentos naturais e evitando os alimentos industrializados.
  • Evite o excesso de gorduras e carboidratos simples, como açúcar adicionado aos alimentos, doces, sucos de caixinha ou saquinho, refrigerantes, pão branco, macarrão, sempre preferindo as opções integrais.
  • Procure ingerir proteínas de boa qualidade, principalmente frutas, legumes e verduras por serem fontes de vitaminas e minerais essenciais e ricas em fibras que ajudam na saciedade e no funcionamento adequado do intestino.
  • Pratique exercícios físicos durante a semana. O ideal são 150 minutos de atividades físicas moderadas ou 75 minutos de atividades vigorosas divididas pelos dias da semana.
  • Planeje o seu dia alimentar e tente segui-lo.
  • Amamentar.
  • Evitar o consumo de bebida alcóolica.
  • Evitar o uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

 

Ações das entidades no Outubro Rosa

O INCA realizará a palestra virtual “Câncer de mama: o que toda mulher precisa saber”. O objetivo é esclarecer quais são as medidas para prevenir o câncer de mama, quando procurar uma unidade de saúde para investigar alterações suspeitas na mama e a faixa etária indicada para se submeter à mamografia de rastreamento (indicada para mulheres sem sinais e sintomas da doença). A palestra será na próxima quarta-feira (14), no canal do INCA no YouTube, às 15h. O público poderá enviar perguntas pelo e-mail: webinar@inca.gov.br.

Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) lançou o movimento de conscientização “Quanto antes melhor”. A ideia é chamar a atenção das mulheres para a adoção de atividades físicas e boa alimentação para evitar doenças. A SBM quer que o cuidado com a saúde feminina seja olhado com atenção, principalmente neste momento em que o rastreamento e o tratamento foram prejudicados e ainda estão sendo retomados por conta da pandemia da COVID-19.

 

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