As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), anteriormente conhecidas como DSTs, são causadas por diversos patógenos como vírus,  bactérias ou outros microorganismos. A maioria das ISTs possui sintomas semelhantes, além do principal modo de prevenção ser comum entre elas. Mas quais são as melhores estratégias para identificar e tratar as ISTs?

 

Confira a introdução sobre o assunto que a Labtest preparou para entender melhor sobre a nomenclatura, transmissão, diagnóstico, tratamento e prevenção das ISTs. 

Mudança de DST para IST

A nomenclatura dessas enfermidades foi alterada no Brasil em 2016, de acordo com o Decreto nº 8.901/2016, que adotou a sigla já utilizada internacionalmente e pela OMS, IST.

 

A mudança ocorreu pois o “D”, presente em DST, fazia referência a doença, o que implica em sintomas e sinais perceptíveis no organismo do indivíduo. Já a letra “I” denota infecção, um termo mais apropriado, uma vez que alguns desses quadros podem apresentar períodos assintomáticos, como a sífilis e a herpes genital, ou até se manter latente durante toda a vida da pessoa, como é o caso do HPV, por exemplo. 

 

Por conta da possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas, definiu-se IST como a terminologia adequada para se referir a este grupo de infecções.

Transmissão e patógenos relacionados às ISTs

As ISTs podem ser transmitidas por duas vias principais:

  • Por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativo, com uma pessoa que esteja infectada
  • De forma congênita/vertical, ou seja, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação

 

Eventualmente, as ISTs podem ser transmitidas por meio não sexual, através do contato de mucosas, pele com feridas e secreções corporais contaminadas e por via sanguínea.

 

De acordo com a OMS, oito patógenos estão relacionados à maior incidência de ISTs. Destes, atualmente quatro possuem cura: Sífilis, Gonorreia, Clamídia e Tricomaníase; e outros quatro são incuráveis: Herpes Genital (HSV-2), HPV, HIV e Hepatite B (HBV).

 

As ISTs não só têm o impacto imediato da própria infecção, como também podem desencadear outras consequências graves. O curso clínico da sífilis, por exemplo, pode ser alterado em caso de coinfecção com HIV, podendo levar a ocorrência de manifestações atípicas ou até mais agressivas.

Sintomas e manifestações clínicas

As infecções sexualmente transmissíveis podem ser assintomáticas e, quando os sintomas surgem, podem ser inespecíficos, uma vez que apresentam semelhanças entre si. As principais manifestações clínicas são: corrimento vaginal, corrimento uretral, úlceras genitais e verrugas anogenitais. 

 

Embora possam ocorrer variações, essas manifestações têm agentes etiológicos bem estabelecidos, auxiliando na escolha dos testes diagnósticos e  tratamento

 

Vale ressaltar que o corrimento vaginal é normal e natural. A vagina produz naturalmente uma secreção esbranquiçada ou transparente, com um cheiro característico. Sua alteração pode ter diversas causas além das ISTs, como a vaginose bacteriana e a candidíase vaginal.

Diagnóstico e tratamento das ISTs

Como a infecção pode ou não apresentar quadro clínico, é importante que o profissional da saúde esteja preparado para conduzir a investigação laboratorial após a suspeita do risco de IST. Além disso, é imprescindível conhecer os conceitos de janela diagnóstica e soroconversão.

 

De acordo com o Fluxograma de Manejos Clínicos das ISTs, publicado em 2021 pelo Ministério da Saúde, para HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C, o rastreamento das infecções deve ser realizado, preferencialmente, com testes rápidos.

 

Segundo o Ministério da Saúde, os testes rápidos vêm sendo cada vez mais utilizados para o diagnóstico de infecção com as vantagens de apresentarem resultado em no máximo 30 minutos, podendo ser lidos a olho nu e não necessitam de equipamentos especiais para sua execução. Os testes rápidos e outras metodologias são indicados pela portaria SVS/MS nº 151, de 14/10/2009, como uma das opções para a etapa de triagem de amostras. 

 

Em nenhuma hipótese os testes rápidos devem ser utilizados com a finalidade de triagem sorológica de doadores de sangue. Quando utilizados adequadamente, os testes rápidos são excelentes ferramentas e permitem a ampliação do diagnóstico das infecções sexualmente transmissíveis.  

 

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A detecção de Clamídia e Gonorreia deve ser realizada por biologia molecular, em diferentes amostras (urina, endocervicais, secreção genital, anais e faríngeas), de acordo com a prática sexual.

Prevenção e cuidados

Algumas medidas simples podem auxiliar na prevenção, sendo a principal delas o uso do preservativo, masculino ou feminino, como método de barreira eficaz contra o HIV e outras ISTs

 

Outras intervenções são comprovadamente eficazes e precisam ser incorporadas à proposta de prevenção combinada, tais como o acesso à profilaxia pós-exposição ao HIV e profilaxia pré-exposição, com indicação médica.

 

Políticas de incentivo à adesão aos tratamentos, comunicação, diagnóstico precoce e tratamento dos parceiros sexuais, além das notificações das ISTs, também são fundamentais. 

 

Existem vacinas contra os vírus HPV e HBV, sendo recomendado que todas as pessoas sejam vacinadas contra a Hepatite B, independentemente da idade e/ou condições de vulnerabilidade. Já a vacina contra o HPV tipos 6, 11, 16 e 18 é indicada para adolescentes de 9 a 13 anos de idade e para mulheres HIV-positivas de 9 a 26 anos, sendo necessária prescrição médica para o último grupo. Ambas as vacinas estão disponíveis pelo SUS. 

 

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde, mais de 1 milhão de infecções sexualmente transmissíveis são adquiridas todos os dias no mundo e a maioria é assintomática. Essa estatística mostra que as ISTs têm grande impacto na saúde sexual e reprodutiva da população, sendo um problema de saúde pública que merece atenção.

 

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