O mês de setembro chegou com a campanha de valorização da vida para nos lembrar a importância de cuidar da saúde mental. Hoje em dia, é muito mais comum se discutir sobre o bem-estar psicológico do que há algumas décadas, mas muitos assuntos envolvendo essa questão ainda são tabu. 

Com a pandemia da COVID-19 é ainda mais necessário dialogar sobre saúde mental, pois o isolamento social e as adaptações decorrentes na rotina podem causar prejuízos no quadro psicológico das pessoas. 

Como surgiu o Setembro Amarelo? 

O Setembro Amarelo surge, justamente, para trazer o debate sobre como a negligência com a saúde mental pode ter consequências graves, como o suicídio. Em 2003, a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu o dia 10 de setembro para chamar a atenção sobre o tema e instituiu o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. 

No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação de Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Centro de Valorização da Vida (CVV) começaram a organizar a campanha em 2014. No ano seguinte, a linha gratuita nacional de prevenção ao suicídio – 188 – foi idealizada, em parceria com o Ministério da Saúde, como parte do Programa Nacional de Prevenção ao Suicídio e hoje já está integrada em todos os estados do país. 

Qual a importância da campanha? 

Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde(OPAS), cerca de 800 mil pessoas morrem todos os anos no mundo devido ao suicídio, que é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Em 2016, 79% dos suicídios aconteceram em países de baixa e média renda. Essa é uma questão de saúde pública e afeta todas as camadas sociais. No Brasil, é possível ser atendido gratuitamente nos Centros de Atenção Psicossocial, por meio do SUS, e diversos profissionais da psicologia promovem atendimentos com valor social, de forma a conseguir ampliar o acesso à terapia. 

O diálogo sobre o tema tem gerado efeitos, nos últimos 20 anos a taxa global de suicídios caiu 36%. No Brasil. Houve uma variação de 0,4% entre 2020, com 12.895 casos, e 2019 em que ocorreram 12.745. 

O Setembro Amarelo é importante pois reforça a necessidade de conversar e abordar essa questão e entender a sua gravidade. Segundo a ABP, 98,6% dos casos de suicídio são causados por transtornos mentais, sobretudo a depressão, e poderiam ser evitados se tivessem sido tratados da forma correta. 

Saúde Mental durante a pandemia 

As mudanças de rotina causadas por conta da COVID-19 afetaram as pessoas que tinham transtornos mentais ou propensão a desenvolvê-los. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em 11 países, o Brasil é o que mais tem casos de ansiedade (63% da população) e depressão (59% da população). 

O isolamento social e a privação das atividades de lazer fora de casa tiveram um grande impacto na saúde das pessoas. Não pudemos comemorar diversas datas especiais com a família e amigos, e essa falta de contato explica o aumento nos índices transtornos mentais. 

A rotina de trabalho também mudou, muitas pessoas passaram a trabalhar em home office. Algumas empresas tiveram que reduzir o quadro de funcionários gerando uma onda de desemprego. Para manter o mesmo ritmo de produção, os colaboradores acabam assumindo diversas responsabilidades e se sobrecarregando, o que pode levar ao burnout, um distúrbio que afeta 30% dos brasileiros. Por conta dos inúmeros casos de COVID-19, esse transtorno se tornou muito comum entre os profissionais da saúde. 

Saúde mental durante o ano todo 

O Setembro Amarelo tem a sua importância para alertar as pessoas sobre a importância do diálogo sobre a saúde mental, mas precisamos manter esse diálogo durante todo o ano. Cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde fisiológica!

Por isso, lembre-se que falar é a melhor solução e agir salva vidas! Procure ajuda profissional quando necessário. 

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