Março é um mês de reflexão e reconhecimento sobre o papel da mulher na sociedade, mas também é uma oportunidade para reforçar a importância dos cuidados com a saúde feminina. 

Algumas condições ginecológicas podem impactar significativamente a qualidade de vida das mulheres, como a endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), câncer do colo do útero, câncer de endométrio e câncer de ovário. 

Entender essas doenças, seus sintomas e a importância do diagnóstico precoce pode salvar vidas.


Endometriose: uma doença silenciosa e dolorosa

A endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva e ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, causando inflamação e dor intensa. 

Esse tecido ectópico pode atingir ovários, trompas, bexiga e intestino, desencadeando processos inflamatórios que levam à formação de aderências e cicatrizes.

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Cólicas menstruais intensas e incapacitantes;
  • Dor durante a relação sexual (dispareunia);
  • Fadiga e cansaço extremo;
  • Sangramentos menstruais abundantes e irregulares;
  • Problemas digestivos, como diarreia, constipação e inchaço abdominal;
  • Dificuldade para engravidar (infertilidade).

O diagnóstico precoce pode ser um desafio, pois os sintomas muitas vezes são confundidos com cólicas menstruais comuns. 

Exames laboratoriais, como marcadores inflamatórios e exames de imagem, incluindo ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética, são fundamentais para uma avaliação precisa. 

O tratamento pode envolver medicamentos hormonais, anti-inflamatórios e, em casos mais severos, cirurgia para remoção dos focos da doença.


Câncer do colo do útero e câncer do endométrio: conhecer as diferenças salva vidas

Embora o câncer do colo do útero e o câncer do endométrio afetem a mesma região do corpo, são doenças diferentes em termos de causa, fatores de risco e prevenção.

Câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero está intimamente ligado à infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano)

A transmissão do vírus ocorre por contato sexual, e algumas cepas do HPV têm alto potencial cancerígeno. O câncer do colo do útero pode ser prevenido por meio da vacina contra o HPV e do exame preventivo Papanicolau, que detecta lesões pré-cancerígenas.

Principais fatores de risco:

  • Infecção persistente pelo HPV;
  • Início precoce da atividade sexual;
  • Múltiplos parceiros sexuais;
  • Histórico familiar da doença;
  • Tabagismo.

O tratamento depende do estágio do câncer e pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.

Câncer do endométrio

Mais comum em mulheres após a menopausa, o câncer do endométrio está relacionado a fatores hormonais, como o excesso de estrogênio, obesidade e histórico familiar. O principal sintoma é o sangramento vaginal anormal, especialmente após a menopausa.

Principais fatores de risco:

  • Exposição prolongada ao estrogênio;
  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
  • Hipertensão e diabetes;
  • Uso prolongado de tamoxifeno.

O tratamento pode envolver cirurgia para remoção do útero (histerectomia), radioterapia e terapia hormonal.


Câncer de ovário: o “assassino silencioso”

O câncer de ovário é muitas vezes chamado de “assassino silencioso”, pois seus sintomas são vagos e podem ser confundidos com desconfortos gastrointestinais. Isso dificulta o diagnóstico precoce e leva a uma alta taxa de mortalidade.

Entre os sinais mais comuns estão:

  • Inchaço abdominal persistente;
  • Dor pélvica e lombar;
  • Sensação de saciedade rápida;
  • Alterações no hábito intestinal;
  • Perda de peso sem causa aparente.

O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal e tomografia, além da dosagem do marcador tumoral CA-125. O tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia e terapias-alvo.


Síndrome dos ovários policísticos: um desequilíbrio hormonal frequente

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição hormonal que afeta entre 6% e 12% das mulheres em idade reprodutiva

Estudos indicam que a prevalência da SOP varia de acordo com os critérios diagnósticos utilizados e a população estudada. Por exemplo, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) relata uma prevalência entre 5% e 15%. Já o Ministério da Saúde do Brasil estima que a SOP acomete de 6% a 10% das mulheres em idade fértil.

Essas variações refletem as diferenças nos métodos de diagnóstico e nas características das populações avaliadas.

A síndrome se caracteriza pela produção excessiva de hormônios andrógenos, que pode levar a ciclos menstruais irregulares e ovários aumentados com múltiplos pequenos cistos.

Principais sintomas:

  • Menstruação irregular ou ausente;
  • Acne persistente e pele oleosa;
  • Crescimento excessivo de pelos no rosto e corpo;
  • Ganho de peso e dificuldade para perder peso;
  • Resistência à insulina e risco aumentado de diabetes tipo 2;
  • Infertilidade ou dificuldade para engravidar.

O diagnóstico é baseado na combinação de sintomas clínicos, exames hormonais e ultrassonografia transvaginal. O tratamento pode incluir o uso de anticoncepcionais para regular o ciclo menstrual, medicamentos para controle da resistência à insulina e mudanças no estilo de vida, como dieta equilibrada e prática de exercícios físicos.


A importância da prevenção e do diagnóstico precoce

A prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para reduzir o impacto dessas doenças na vida das mulheres. 

Algumas medidas importantes incluem:

  • Realização regular do exame Papanicolau e vacinação contra o HPV;
  • Acompanhamento ginecológico periódico;
  • Exames laboratoriais e de imagem para detecção precoce de alterações;
  • Estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e atividade física regular.

 

Na Labtest, trabalhamos para oferecer soluções diagnósticas de alta qualidade e precisão, contribuindo para um mundo mais saudável. 

Neste Mês da Mulher, reforçamos nosso compromisso com a saúde feminina e incentivamos todas as mulheres a priorizarem seu bem-estar. 💜