Mês da Mulher: 5 condições ginecológicas para ficar de olho
10 mar 2025
Março é um mês de reflexão e reconhecimento sobre o papel da mulher na sociedade, mas também é uma oportunidade para reforçar a importância dos cuidados com a saúde feminina.
Algumas condições ginecológicas podem impactar significativamente a qualidade de vida das mulheres, como a endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), câncer do colo do útero, câncer de endométrio e câncer de ovário.
Entender essas doenças, seus sintomas e a importância do diagnóstico precoce pode salvar vidas.
Endometriose: uma doença silenciosa e dolorosa
A endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva e ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, causando inflamação e dor intensa.
Esse tecido ectópico pode atingir ovários, trompas, bexiga e intestino, desencadeando processos inflamatórios que levam à formação de aderências e cicatrizes.
Os sintomas mais comuns incluem:
- Cólicas menstruais intensas e incapacitantes;
- Dor durante a relação sexual (dispareunia);
- Fadiga e cansaço extremo;
- Sangramentos menstruais abundantes e irregulares;
- Problemas digestivos, como diarreia, constipação e inchaço abdominal;
- Dificuldade para engravidar (infertilidade).
O diagnóstico precoce pode ser um desafio, pois os sintomas muitas vezes são confundidos com cólicas menstruais comuns.
Exames laboratoriais, como marcadores inflamatórios e exames de imagem, incluindo ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética, são fundamentais para uma avaliação precisa.
O tratamento pode envolver medicamentos hormonais, anti-inflamatórios e, em casos mais severos, cirurgia para remoção dos focos da doença.
Câncer do colo do útero e câncer do endométrio: conhecer as diferenças salva vidas
Embora o câncer do colo do útero e o câncer do endométrio afetem a mesma região do corpo, são doenças diferentes em termos de causa, fatores de risco e prevenção.
Câncer do colo do útero
O câncer do colo do útero está intimamente ligado à infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano).
A transmissão do vírus ocorre por contato sexual, e algumas cepas do HPV têm alto potencial cancerígeno. O câncer do colo do útero pode ser prevenido por meio da vacina contra o HPV e do exame preventivo Papanicolau, que detecta lesões pré-cancerígenas.
Principais fatores de risco:
- Infecção persistente pelo HPV;
- Início precoce da atividade sexual;
- Múltiplos parceiros sexuais;
- Histórico familiar da doença;
- Tabagismo.
O tratamento depende do estágio do câncer e pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.
Câncer do endométrio
Mais comum em mulheres após a menopausa, o câncer do endométrio está relacionado a fatores hormonais, como o excesso de estrogênio, obesidade e histórico familiar. O principal sintoma é o sangramento vaginal anormal, especialmente após a menopausa.
Principais fatores de risco:
- Exposição prolongada ao estrogênio;
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- Hipertensão e diabetes;
- Uso prolongado de tamoxifeno.
O tratamento pode envolver cirurgia para remoção do útero (histerectomia), radioterapia e terapia hormonal.
Câncer de ovário: o “assassino silencioso”
O câncer de ovário é muitas vezes chamado de “assassino silencioso”, pois seus sintomas são vagos e podem ser confundidos com desconfortos gastrointestinais. Isso dificulta o diagnóstico precoce e leva a uma alta taxa de mortalidade.
Entre os sinais mais comuns estão:
- Inchaço abdominal persistente;
- Dor pélvica e lombar;
- Sensação de saciedade rápida;
- Alterações no hábito intestinal;
- Perda de peso sem causa aparente.
O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal e tomografia, além da dosagem do marcador tumoral CA-125. O tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia e terapias-alvo.
Síndrome dos ovários policísticos: um desequilíbrio hormonal frequente
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição hormonal que afeta entre 6% e 12% das mulheres em idade reprodutiva.
Estudos indicam que a prevalência da SOP varia de acordo com os critérios diagnósticos utilizados e a população estudada. Por exemplo, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) relata uma prevalência entre 5% e 15%. Já o Ministério da Saúde do Brasil estima que a SOP acomete de 6% a 10% das mulheres em idade fértil.
Essas variações refletem as diferenças nos métodos de diagnóstico e nas características das populações avaliadas.
A síndrome se caracteriza pela produção excessiva de hormônios andrógenos, que pode levar a ciclos menstruais irregulares e ovários aumentados com múltiplos pequenos cistos.
Principais sintomas:
- Menstruação irregular ou ausente;
- Acne persistente e pele oleosa;
- Crescimento excessivo de pelos no rosto e corpo;
- Ganho de peso e dificuldade para perder peso;
- Resistência à insulina e risco aumentado de diabetes tipo 2;
- Infertilidade ou dificuldade para engravidar.
O diagnóstico é baseado na combinação de sintomas clínicos, exames hormonais e ultrassonografia transvaginal. O tratamento pode incluir o uso de anticoncepcionais para regular o ciclo menstrual, medicamentos para controle da resistência à insulina e mudanças no estilo de vida, como dieta equilibrada e prática de exercícios físicos.
A importância da prevenção e do diagnóstico precoce
A prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para reduzir o impacto dessas doenças na vida das mulheres.
Algumas medidas importantes incluem:
- Realização regular do exame Papanicolau e vacinação contra o HPV;
- Acompanhamento ginecológico periódico;
- Exames laboratoriais e de imagem para detecção precoce de alterações;
- Estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e atividade física regular.
Na Labtest, trabalhamos para oferecer soluções diagnósticas de alta qualidade e precisão, contribuindo para um mundo mais saudável.
Neste Mês da Mulher, reforçamos nosso compromisso com a saúde feminina e incentivamos todas as mulheres a priorizarem seu bem-estar. 💜