Março Amarelo é o mês mundial de conscientização da endometriose. É um movimento internacional para alertar sobre essa doença, que afeta de 10% a 15% das mulheres no período reprodutivo em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

A endometriose é uma doença inflamatória que ataca o tecido do útero, ovários, bexiga, intestino, reto, nervos e peritônio. Trata-se de uma patologia crônica, que atinge 1 em cada 10 mulheres brasileiras. Localizado na parte externa do útero e responsável pela menstruação, o endométrio também pode se expandir em outras partes do corpo, como o diafragma, pleura e pulmões.

Inclusive, há um projeto de lei, sob o Nº 414/2020, que aguarda designação do relator, institui 13 de março como o Dia Nacional de Luta contra a Endometriose e estabelece a Semana Nacional de Educação Preventiva e de Enfrentamento à Endometriose, cujo objetivo é sensibilizar sobre os problemas da doença e democratizar as informações sobre o diagnóstico e tratamento.

 

Causas, tipos e sintomas da endometriose

A doença ocorre quando as células endometriais crescem fora do útero. Porém, as causas da endometriose ainda não estão totalmente esclarecidas. Os especialistas acreditam que a menstruação retrógrada, o crescimento de células embrionárias, sistema imunológico deficiente e alguns tipos de cirurgia podem ajudar no desenvolvimento da doença. 

No entanto, as chances de uma mulher ser diagnosticada com endometriose é maior quando já existem casos na família. Além dessa tendência genética, há outros fatores de risco associados às mudanças de vida da mulher, como começar a menstruar muito cedo, nunca ter tido filhos, ciclos menstruais frequentes, períodos de menstruação que duram muito tempo, problemas com hímen perfurado e anormalidades no útero. 

É importante informar que a endometriose pode ser classificada em três estágios (leve, moderada e grave) e possui 5 tipos: peritônio, ovariana, profunda, parede abdominal e pulmonar. Os sintomas mais comuns para quem tem endometriose costumam ser dores durante a relação sexual e dismenorréia muito fortes e que se intensificam com o tempo. 

Há casos de mulheres que possuem a doença, mas, pelo fato das cólicas serem leves, muitas demoram para iniciar o tratamento, porque acreditam que sejam cólicas menstruais semelhantes às que atingem as adolescentes. No entanto, os sintomas também podem variar de acordo com a área acometida:

  • Pulmão: tosse com sangue.
  • Bexiga: dor ao urinar. 
  • Intestino: dor ao urinar e evacuar.
  • Ciático: dores na lombar e no músculo posterior das coxas.
  • Diafragma: dores no ombro direito e pescoço.

 

Diagnóstico e tratamento da endometriose

Se as dores persistirem, mesmo após tomar analgésicos ou pílulas, é importante procurar por um ginecologista. O primeiro passo para o diagnóstico correto é informar quais são os sintomas, como começaram, quais foram as mudanças observadas ao longo do tempo, se a intensidade aumentou, quais medicamentos foram utilizados durante esse período e como foi a resposta  a eles.

Após a paciente detalhar o seu histórico, o ginecologista pode solicitar uma bateria de exames ginecológicos, como o pélvico com toque vaginal e retal, exameslaboratoriais (CA-125, mas possui baixa sensibilidade e especificidade) ou de imagem (laparoscopia, ultrassom endovaginal e ressonância magnética).

O diagnóstico precoce é importante para o próprio bem-estar da paciente e evitar que a doença evolua para estágios mais graves, em que elas podem ser submetidas à cirurgia radical, onde são retirados os dois ovários. A endometriose é uma doença crônica que regride com a menopausa, devido à queda dos hormônios femininos. Mas antes das mulheres chegarem nessa fase, o seu tratamento é baseado em medicamentos, com efeitos colaterais adversos, para controlar a dor e minimizar o avanço da doença, além de cirurgia para retirar as áreas afetadas pela doença. 

Antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, o médico ginecologista considera quatro fatores: idade, gravidade dos sintomas, da doença e se a mulher deseja ter filhos. É válido reforçar que a endometriose não tem cura definitiva e o tratamento serve apenas para aliviar os sintomas parcialmente, cujos anticoncepcionais e análogos do GnRH utilizados podem ocasionar efeitos colaterais adversos. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza tanto o tratamento com medicamentos quanto o cirúrgico, mediante consulta médica.

 

Endometriose e infertilidade: qual é a relação?

É verdade que as mulheres com essa doença têm mais dificuldade de engravidar, mas não significa que são inférteis. Depois de diagnosticadas com a doença, é  importante que sigam as orientações médicas, para que a gravidez seja bem-sucedida. 

Os próprios especialistas recomendam: se a mulher tem o desejo de ter filhos, ela não deve adiar essa decisão e precisa começar a fazer o tratamento o quanto antes, porque a instalação da doença nos ovários pode provocar o aparecimento de um cisto chamado de endometrioma, podendo atingir grandes proporções e comprometer o futuro reprodutivo da mulher.

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