O estande da Labtest Virtue foi um dos grandes destaques do 57º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (CBPC/ML). Durante três dias, o espaço reuniu especialistas renomados em um ciclo de palestras que abordaram desde avanços científicos em biomarcadores e diabetes até novas práticas de gestão laboratorial e mudanças na relação entre médicos, pacientes e laboratórios.

Mais do que apresentações, cada encontro se tornou uma oportunidade de provocar reflexões, compartilhar evidências científicas e apontar caminhos estratégicos para laboratórios que desejam crescer e inovar em um cenário desafiador.

Biomarcadores para Estratificação do Risco Cardiovascular
Prof. Rodolfo Fernandes

As doenças cardiovasculares continuam sendo uma das principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo, e a palestra do Prof. Rodolfo Fernandes mostrou como o uso ampliado de biomarcadores pode transformar a prática clínica.

Foram discutidos indicadores clássicos e emergentes – como ácido úrico, triglicerídeos pós-prandiais, LDL pequeno e denso, LDL oxidado, HDL disfuncional, proteína C reativa, homocisteína, lipoproteína (a), gama-GT e índices inflamatórios como neutrófilo/linfócito.

O professor destacou que, em muitos casos, valores de referência tradicionais já não são suficientes para uma estratificação de risco precisa. Relações como TG/HDL ou apoB/apoA1 oferecem um olhar mais detalhado sobre o risco aterogênico e permitem intervenções preventivas personalizadas.

Outro ponto central foi a integração de biomarcadores com escores clínicos – como Framingham, PROCAM e QRISK – possibilitando uma abordagem multifatorial e preditiva. A mensagem final foi clara: o futuro da cardiologia preventiva passa pela incorporação de múltiplos marcadores laboratoriais que refletem não apenas o perfil lipídico, mas também inflamação, estresse oxidativo e metabolismo.

O Código Invisível: como conectar marca, emoção e evolução profissional
Daniela Camarinha

Na segunda palestra do ciclo, a CEO da YouCare Brasil, Daniela Camarinha, trouxe uma provocação poderosa: o que torna um laboratório inesquecível?
A resposta, segundo ela, vai muito além da tecnologia ou da estrutura. Está na soma de excelência técnica, experiência do paciente e impacto clínico.
Daniela apresentou os 5 Ts da transformação – Técnica, Tempo, Treinamento, Tom profissional e Tribo – como um modelo para laboratórios que desejam se diferenciar:

  • Técnica: excelência em cada etapa, da coleta ao laudo.
  • Tempo: agilidade como diferencial competitivo.
  • Treinamento: atualização contínua para suportar inovação e pressão.
  • Tom profissional: postura e ética que refletem a marca.
  • Tribo: quando equipe entende o propósito, a entrega ganha força coletiva.

Ela reforçou ainda a importância da comunicação clara e do engajamento interno, lembrando que profissionais de laboratório são agentes invisíveis de diagnósticos que salvam vidas.
O convite foi para que cada profissional valorize sua marca pessoal e entenda que ética, técnica e emoção caminham juntas na construção de reputação.

Avaliação Laboratorial do Diabetes Mellitus (Visão Integrativa & Preventiva)
Prof. Rodolfo Fernandes

No campo do diabetes, o Prof. Rodolfo destacou a importância de uma visão integrativa e preventiva para enfrentar uma das doenças crônicas mais prevalentes no país.

A palestra explorou marcadores tradicionais, como glicemia em jejum e hemoglobina glicada, mas também trouxe luz a exames menos usuais e altamente relevantes: frutosamina, índice TyG, peptídeo-C, anticorpos autoimunes (Anti-GAD, Anti-IAA), creatinina, cistatina C e marcadores urinários.

Um dos pontos de maior impacto foi o destaque ao monitoramento contínuo da glicose (GCM), que permite avaliar tempo no alvo (TIR), tempo em hiperglicemia (TAR) e hipoglicemia (TBR). Essas métricas oferecem uma visão dinâmica do controle glicêmico, indo além do valor pontual de exames isolados.

O professor também abordou a relação entre diabetes e doenças cardiovasculares, hepáticas e dislipidemias, mostrando que o olhar laboratorial precisa ser multidimensional. A mensagem foi clara: a integração de novos biomarcadores permitirá diagnósticos mais precoces, estratificação de risco mais precisa e terapias mais individualizadas.

Planejamento Estratégico para Laboratórios: como crescer em tempos de pressão
Mauricio Chiodini

Em um ambiente de margens apertadas, aumento de custos e competição acirrada, o planejamento estratégico se torna vital para a sustentabilidade dos laboratórios.
Na palestra de Mauricio Chiodini, o público foi convidado a refletir sobre como crescer de forma sustentável em tempos de pressão. Foram destacados pontos como:

  • A importância de mapear clientes e canais de relacionamento.
  • O equilíbrio entre contatos ativos (ações de marketing e comerciais) e contatos indiretos (indicações de médicos, convênios, secretarias).
  • A necessidade de alinhar crescimento à capacidade operacional e financeira do laboratório.

A principal mensagem foi que laboratórios que enxergam estratégia como um processo contínuo, e não como evento pontual, estão mais preparados para lidar com incertezas e aproveitar oportunidades.

Internalização de Exames: quando a estratégia guia a decisão
Bruno Santos

A decisão de internalizar ou terceirizar exames é crítica para a sustentabilidade dos laboratórios. Bruno Santos trouxe uma análise prática que envolveu variáveis como prazo, custo, qualidade, domínio técnico, volume e diferencial competitivo.

Ele apresentou indicadores de gestão como Ticket Médio (TKM), Custo Médio (CME) e Margem de Contribuição, defendendo que o olhar deve estar sobre o conjunto dos exames, e não apenas no custo unitário.

A palestra reforçou que, em muitos casos, a internalização traz ganhos de escala, maior domínio técnico e diferenciação. No entanto, a decisão deve sempre ser guiada por estratégia e visão de longo prazo, não apenas por pressões imediatas de custo.

Flexibilização do Jejum: um divisor de águas na comunicação com médicos e pacientes
Dra. Marileia Scartezini

Encerrando o ciclo, a Dra. Marileia apresentou a mudança histórica introduzida pela diretriz de 2016, que flexibilizou o jejum para a realização do perfil lipídico.

Ela explicou como a adoção do estado alimentado como padrão em muitos casos representa melhor a realidade metabólica do paciente e reduz riscos em populações como gestantes, crianças, idosos e diabéticos.

A atualização trouxe três mudanças práticas para os laboratórios:

  • Jejum flexível para exames de perfil lipídico.
  • Novos valores referenciais e metas terapêuticas adaptados ao risco cardiovascular.
  • Nova fórmula de cálculo do LDL-C (Martin/Hopkins) para maior precisão em níveis elevados de triglicerídeos.

Mais do que uma questão técnica, a flexibilização exige comunicação estruturada com médicos, pacientes e equipes internas. O laboratório precisa orientar sobre quando o jejum ainda é necessário, e ao mesmo tempo reforçar a segurança e os benefícios do novo modelo.

Conclusão: ciência, gestão e proximidade a serviço da saúde

O ciclo de palestras da Labtest Virtue no 57º CBPC/ML mostrou que a medicina diagnóstica caminha por três grandes eixos: inovação científica, gestão estratégica e comunicação clara.

Ao integrar ciência de ponta, estratégias de sustentabilidade e novas formas de relacionamento com médicos e pacientes, a Labtest Virtue reafirma seu compromisso com a missão de acelerar a inovação diagnóstica em benefício da vida.