No âmbito do diagnóstico in vitro, o termo “valor de referência” têm sido substituído pela expressão “intervalo de referência”. Os intervalos devem ser usados apenas como orientação, sendo recomendado que cada laboratório estabeleça sua faixa de valores de referência para a população atendida.

Segundo Ronan Pereira, gerente de pós-venda da Labtest, para chegar a esses intervalos de referência, são realizados estudos em uma população aparentemente saudável e são estabelecidos critérios, como: o número da amostragem, faixa etária e gênero. São aplicadas análises estatísticas nos resultados e adota-se a média como referência para cálculo do intervalo.

Dessa forma, os fabricantes de reagentes realizam revisão bibliográfica das fontes confiáveis adequadas à metodologia do produto desenvolvido, e os disponibilizam como orientação aos laboratórios, nas instruções de uso.

O que são resultados anormais?

É comum que qualquer paciente, ao receber o resultado dos exames realizados em laboratório, se certifique que os resultados apresentados estejam dentro dos intervalos de referência para aquele exame. Entretanto, o que muitos pacientes não sabem é que estes valores são complementares e auxiliam o médico na conclusão do diagnóstico.

Um exemplo disso é a glicemia, um dos exames mais realizados no Brasil. Segundo as referências bibliográficas, o intervalo de referência “normal” para a quantidade de glicose no sangue é de 65 a 99 mg/dL. Entretanto, o exame pode mostrar um valor um pouco maior ou menor que o intervalo. Quando isso acontece, os valores obtidos são considerados valores de alerta (anormais).

Cabe, então, ao médico avaliar, a partir dos outros sintomas apresentados, a condição de saúde daquele paciente. Entretanto, esses valores de alerta podem estar associados a condições extralaboratoriais que impactaram no resultado do exame. Por exemplo, a alimentação do paciente nos dias anteriores à realização do exame, o descumprimento do preparo indicado, entre outros fatores.

Qual é o papel do laboratório?

Além dos intervalos de referência e valores de alerta, há também os valores críticos. Trata-se de valores obtidos que destoam muito do intervalo de referência. Segundo Ronan Pereira, os valores de risco exigem determinadas ações do laboratório.

“Caso seja obtido um resultado crítico, cabe ao laboratório revistar os resultados anteriores quando disponíveis e os procedimentos envolvidos nas etapas analíticas para confirmação daquele resultado. Nestes casos, é papel do laboratório comunicar ao médico em tempo hábil para tomada de decisão”, informa o gerente.

Saiba mais sobre os intervalos de referência no post “Flexibilização do jejum traz vantagens para pacientes“. Acompanhe também nosso blog e assine nossa Newsletter para mais informações sobre diagnóstico in vitro.