Casos recentes de intoxicação por metanol chamaram a atenção para um problema de saúde pública que vai além das emergências médicas: a segurança no consumo de bebidas e a exposição a substâncias químicas no dia a dia.

O metanol é um álcool amplamente utilizado na indústria e, em alguns contextos, até em produtos domésticos. O perigo surge quando ele é ingerido — acidentalmente, intencionalmente ou, mais grave, por contaminação de bebidas. Após a ingestão, o metanol é metabolizado no fígado por ação da álcool desidrogenase, sendo convertido em formaldeído e ácido fórmico — compostos altamente tóxicos que provocam acidose metabólica severa, danos neurológicos e lesões oculares.

 

O papel do laboratório no diagnóstico

O diagnóstico da intoxicação por metanol depende da correlação entre sinais clínicos e resultados laboratoriais. Nesse contexto, a bioquímica clínica é fundamental para a tomada de decisão rápida:

  • Eletrólitos séricos (Na⁺, K⁺, Cl⁻, HCO₃⁻): permitem o cálculo do ânion gap, marcador clássico de acidose metabólica por substâncias tóxicas.
  • Osmolaridade sérica: fornece o gap osmolar, geralmente aumentado em intoxicações por álcoois.
  • Ureia e creatinina: avaliam a função renal, frequentemente comprometida em casos graves.
  • Glicose: auxilia no monitoramento metabólico e na diferenciação de outras causas de alteração do estado de consciência.
  • Dosagem direta de metanol no sangue: quando disponível, confirma o diagnóstico por cromatografia gasosa — método restrito a laboratórios de referência.
  • Exames de imagem (TC e RM): podem revelar lesões no cérebro em estágios avançados, complementando o diagnóstico laboratorial.

Os sistemas Audlyte da Labtest Virtue, voltados para a determinação precisa de eletrólitos séricos, oferecem resultados rápidos e estáveis, contribuindo para o reconhecimento precoce das alterações metabólicas que indicam intoxicação por metanol.

Tratamento e prevenção

O tratamento inclui antídotos específicos — como etanol, fomepizol ou ácido folínico — e hemodiálise para eliminar o metanol e seus metabólitos tóxicos.
A rapidez no diagnóstico laboratorial é determinante: quanto mais cedo o distúrbio metabólico é identificado, maior é a chance de reversão antes que ocorra dano neurológico irreversível.

No campo da prevenção, a ciência brasileira trouxe um avanço importante. Em 2022, pesquisadores da UNESP desenvolveram um teste rápido e de baixo custo capaz de identificar metanol em bebidas em apenas 30 minutos, com custo estimado de R$ 10 por amostra, já em pré-validação pela Anvisa.
A expectativa é que esse tipo de inovação se torne acessível ao mercado, fortalecendo o papel dos laboratórios e da vigilância sanitária na proteção à vida.

Diagnóstico que salva vidas

A intoxicação por metanol é um desafio médico, laboratorial e de saúde pública.
Mais do que reagir, é preciso diagnosticar com precisão e agilidade.
Com tecnologia nacional e inovação global, os sistemas Labtest Virtue integram reagentes estáveis, automação confiável e suporte técnico que ajudam o profissional de laboratório a cumprir sua missão: salvar vidas por meio do diagnóstico.