Diversas personalidades públicas já foram vítimas da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS), causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Desde a sua descoberta em 1981, a infecção já causou o óbito de mais de 35 milhões de pessoas, segundo o último levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Dezembro Vermelho foi instituído em função do Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, celebrado globalmente em 1º de dezembro pela OMS. O mês tem o propósito de promover uma reflexão sobre a necessidade de prevenir doenças associadas ao HIV e aprofundar as discussões e análises do tema pela sociedade.

A Unaids, programa da Organização das Nações Unidas (ONU), para ajudar países a combater a AIDS, lançou o tema da campanha deste ano “Solidariedade mundial, responsabilidade compartilhada”. Mesmo com os avanços, os especialistas ainda entendem que é preciso combater o estigma e a discriminação sofrida por pessoas que adquiriram a síndrome e promover a valorização dos direitos humanos por meio da causa. Outras indicações envolvem a área da saúde, como promoção dos cuidados, fortalecimento dos sistemas/equipamentos e acesso universal aos produtos medicamentosos que salvam vidas.

 

Panorama mundial e brasileiro da AIDS

Dados do programa da ONU estimam que, até o final de 2018, 37,9 milhões de pessoas estavam vivendo com o HIV no mundo, mas apenas 24,5 milhões com acesso à terapia antirretroviral. O mesmo levantamento indica 1,7 milhão de novas infecções anuais por HIV e 770 mil mortes por doenças relacionadas à AIDS.

Segundo o Departamento Nacional de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde (MS), pesquisas realizadas indicam que existem hoje no Brasil cerca de 630 mil pessoas vivendo com o HIV e cerca de 255 mil nunca fizeram um teste de diagnóstico e não conhecem sua sorologia. O Brasil disponibiliza o tratamento gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e oferece os medicamentos antirretrovirais (ARVs) em suas unidades de saúde.

 

Causa, sintomas e diagnóstico da AIDS

Pertencente ao gênero Lentivirus e à família Retroviridae, o HIV é um retrovírus causador da AIDS, que afeta o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+, além de macrófagos e células dendríticas. Após a transmissão do vírus, a resposta imune inata faz com que células T sejam enviadas ao foco da infecção, aumentando a replicação viral. A resposta imune humoral ocorre na fase crônica da doença, com o objetivo de reduzir a disseminação do vírus.

Ser diagnosticado com HIV não significa que o paciente seja portador(a) da AIDS, já que muitos soropositivos vivem sem apresentar sintomas e desenvolver a doença, mas são potenciais transmissores a outras pessoas, via: 

  • Relações sexuais desprotegidas (anal, oral e vaginal).
  • Compartilhamento de seringas e transfusão de sangue contaminados.
  • Gravidez, parto e amamentação da genitora.
  • Instrumentos furantes e cortantes não esterilizados. 

Quanto aos sintomas (febre, mal-estar prolongado, gânglis inchados pelo corpo, manchas vermelhas na pele, dores na garganta e nas articulações), eles podem se manifestar em um período que varia das três às seis primeiras semanas, após a infecção. Depois de desaparecerem, o paciente pode não apresentar mais indícios durante muitos anos.

No entanto, o vírus pode agir silenciosamente enquanto a doença se replica no organismo. Dessa forma, é  importante fazer os exames de triagem, realizado com amostras de sangue ou fluido oral, para o diagnóstico da doença que podem ser testes imunocromatográficos com resultado em até 30 minutos. O diagnóstico deve ser realizado de acordo com os fluxogramas preconizados no Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças do Ministério da Saúde. Já abordamos estes fluxogramas no artigo Dezembro Vermelho: saiba mais sobre as iniciativas de prevenção e diagnóstico da AIDS.   

 

Desmitificando a AIDS e o seu tratamento

A população possui alguns mitos sobre como ocorre a transmissão do HIV. Usando como referência o Ministério da Saúde (MS), algumas crenças podem ser desmistificadas, uma vez que não se pega o retrovírus das seguintes maneiras:

  • Sexo, desde que se use corretamente a camisinha.
  • Masturbação a dois.
  • Beijo no rosto ou na boca.
  • Suor e lágrima.
  • Picada de inseto.
  • Aperto de mão ou abraço.
  • Sabonete/toalha/lençóis.
  • Talheres/copos.
  • Assento de ônibus.
  • Piscina.
  • Banheiro.
  • Doação de sangue.
  • Pelo ar.

Mesmo com o avanço da medicina, ainda não existe cura para o HIV, mas o diagnóstico precoce e o tratamento com medicamentos antirretrovirais (ARVs) evitam a multiplicação do vírus e os pacientes conseguem ter vidas mais longas e saudáveis. Por isso, inclua o teste de HIV na sua rotina. Busque sempre por orientação médica e realize os exames em um laboratório de confiança. 

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