A ameaça de uma epidemia global de coronavírus vem ganhando as manchetes nas últimas semanas. O vírus que ataca o sistema respiratório e se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, foi classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como emergência internacional. Os alertas sobre uma série de casos de pneumonia de origem desconhecida iniciaram em 31 de dezembro de 2019 e a primeira morte foi registrada pelas autoridades chinesas em 11 de janeiro. 

Diante desse alerta, o governo chinês chegou a bloquear a entrada e saída de pessoas do país, exceto com autorização, como no caso dos brasileiros que foram retirados do epicentro da epidemia em missão de saúde pública do governo federal. 

Acompanhe nosso artigo e entenda como o coronavírus é transmitido, medidas preventivas, diagnósticos possíveis e como está a situação no Brasil.

Novo coronavírus

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem atualmente sete coronavírus humano (HCoVs) identificados, sendo: HCoV-229E e HCoV-OC43 que são alfacoronavírus e HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-CoV (que causa a síndrome respiratória aguda grave), MERS-CoV (que causa a síndrome respiratória do Oriente Médio) e, o mais recente, temporariamente nomeado de 2019-nCoV e que recebeu oficialmente o nome de SARS-CoV-2, que é um betacoronavírus. A doença causada por este novo coronavírus foi denominada pela OMS de COVID-19. O nome faz referência ao termo “doença por coronavírus”, em inglês: Coronavirus Disease 2019.

Este novo coronavírus pode ter tido origem de forma zoonótica, ou seja, transmitida de animais para humanos. As investigações, ainda em andamento, apontam a transmissão entre um hospedeiro intermediário – o pangolim, uma espécie de tamanduá escamado comercializado nos mercados de alimentos e medicamentos da China. Acredita-se que cobras ou morcegos sejam os principais hospedeiros do vírus que, em processo de mutação, comum aos coronavírus, tenha dado origem a um novo agente.  

A transmissão inter-humana já foi confirmada, por isso medidas preventivas de contágio são tão importantes para a contenção do surto. 

Sintomas e contágio

Assim como as demais infecções respiratórias, o contágio e os sintomas costumam ser similares aos de uma gripe simples: falta de ar, febre ou tosse. Porém, a COVID-19 também pode causar diarreias e problemas renais, o que pode ser fatal, principalmente em crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade. 

Quando o vírus instala-se no corpo, é possível que fique incubado por até duas semanas para a manifestação dos primeiros sintomas. O site do Ministério da Saúde (MS) mostra que o contágio do novo coronavírus pode ocorrer pelo ar (espirro e tosse), contato físico (aperto de mão ou toque), contato com objetos infectados ou superfícies contaminadas, seguidos de contato com as mãos nas mucosas, como boca, nariz ou olhos. 

Ações no Brasil: medidas preventivas

A Organização Mundial de Saúde oferece relatórios diários sobre a situação da COVID-19 em todo o mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde instaurou o Centro de Operações de Emergência (COE) Coronavírus, que tem a missão de preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no país.

O COE é formado por representantes técnicos especializados em respostas às emergências de saúde pública que, além do MS, envolvem a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Instituto Evandro Chagas (IEC), entre outros órgãos. 

A ANVISA reforçou as orientações para a atuação de servidores em portos, aeroportos e fronteiras, como medida preventiva à possível entrada do vírus no país. Tais orientações destacam a elaboração e atualização de protocolos e planos de contingência que tratam de questões como o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pelos servidores; limpeza e desinfecção de ambientes, equipamentos e utensílios potencialmente contaminados; contingência para emergência de saúde pública e até mesmo procedimentos para o atendimento de viajantes possivelmente infectados em todos os pontos de entrada do país. 

O MS também lançou Boletins Epidemiológicos que tratam exclusivamente das características do novo coronavírus e dos critérios clínicos e epidemiológicos para definição de casos suspeitos, além de trazer orientações sobre o diagnóstico.

Com base na OMS, para classificar algum caso como suspeito no Brasil foram criadas três circunstâncias de mapeamento da infecção:

1 – Quando o paciente apresentar febre, algum sintoma respiratório e histórico de viagem com transmissão local.

2 – Quando o paciente apresentar febre, algum sintoma respiratório e contato próximo da pessoa suspeita de ter sido infectada nos últimos 14 dias, anteriores ao aparecimento dos sintomas.

3 – Quando o paciente apresentar febre, algum sintoma respiratório e contato próximo de caso confirmado nos últimos 14 dias, anteriores ao aparecimento dos sintomas.

A partir do momento que o caso é considerado suspeito, o indivíduo deve ficar isolado, enquanto tiver sinais e sintomas clínicos. 

Diagnóstico e prevenção 

O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como síndrome gripal. O diagnóstico depende da investigação clínico-epidemiológica e do exame físico. É recomendável que em todos os casos de síndrome gripal seja questionado o histórico de viagem para o exterior ou contato próximo com pessoas que tenham viajado para o exterior. O diagnóstico do coronavírus é realizado com base na coleta de materiais respiratórios, como por exemplo, coleta de aspirado de nasofaringe (ANF), swabs combinados (nasal/oral) ou amostra de secreção respiratória inferior (escarro ou lavado traqueal ou lavado bronca alveolar). Recomenda-se ao serviço de saúde público e privado seguir as orientações do BE Coronavírus.

O coronavírus ainda não possui um tratamento específico. Os médicos recomendam repouso, consumo de água, antitérmicos, analgésicos, uso do umidificador e banho quente para aliviar dores e febre. Para evitar o contágio e transmissão do coronavírus, o Ministério da Saúde orienta para alguns cuidados básicos, como: 

  • Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas ou que apresentem sinais e sintomas da doença. 
  • Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
  • Lavar as mãos com frequência, após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente.
  • Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
  • Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir.
  • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca.
  • Higienizar as mãos, após tossir ou espirrar.
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.
  • Manter os ambientes bem ventilados.

A comunidade científica adverte que o diagnóstico precoce do novo coronavírus é fundamental, pois evita o agravamento e a propagação da COVID-19. E, em caso de suspeita, a recomendação é procurar ajuda médica. 
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