O papel do analista clínico no diagnóstico veterinário
18 jun 2019
Palestra Labtest no 46º CBAC mostra oportunidades de um segmento em expansão
Uma das atividades mais importantes na história da Labtest é a divulgação de conhecimento. Não poderia ser diferente no 46º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas (CBAC 2019), em Belo Horizonte, onde a empresa primou pelo desenvolvimento de palestras de alto valor científico e de mercado. Hoje, dia 18, a Labtest patrocinou a palestra do farmacêutico bioquímico dr. Márcio Pacheco, sobre “O papel do analista clínico no diagnóstico veterinário”. Este é um segmento importante para os profissionais de análises clínicas, que têm ainda muitas dúvidas em relação à regulamentação e procedimentos específicos para esses exames.
De acordo com o especialista, na história da Medicina Veterinária, desde os tempos antigos, há registros de preocupações e iniciativas em prol da saúde animal. “O animal sempre teve uma grande importância para os seres humanos”. O primeiro diagnóstico laboratorial foi registrado no período dos egípcios, quando a observação da urina era um importante instrumento para o diagnóstico de diabéticos. A primeira escola de Veterinária no Brasil foi fundada em 1910 e, somente nos anos 50, o laboratório começou a ser visto como uma poderosa ferramenta diagnóstica no ramo.
Hoje, várias questões estão em discussão nos órgãos reguladores, envolvendo o segmento de análises clínicas veterinárias. Muito se questiona sobre as amostras de exames humanos e veterinários num mesmo ambiente de laboratório. O dr. Márcio acredita na capacidade de adaptabilidade desses empreendimentos. Para ele, o laboratório de análises clínicas pode atender a demandas humanas e veterinárias desde que: respeite os quesitos legais, tenha área física específica e equipamentos adaptáveis, invista na validação de métodos e de valores de referência. É muito importante considerar que existem diferenças de valores de referência entre o animal em vida livre e de cativeiro, entre outras especificidades.
Além disso, existem equipamentos de análises clínicas humanas que podem ser adaptados para exames veterinários, e existem equipamentos específicos para o setor. O especialista convidado pela Labtest desmistificou a questão de que a amostra veterinária “entope” os equipamentos, lembrando que o sangue humano também pode causar danos, se as máquinas não estiverem devidamente reguladas para uso. “Para mim, amostra é amostra. Somos agentes de saúde, e temos que saber o que estamos fazendo para entrar nesse ramo e atuar com competência”, disse. Ele acredita que há mercado para todos os profissionais atuarem, sejam eles veterinários, biomédicos ou farmacêuticos.
“O animal não deve entrar no laboratório, mas temos condição de dar a melhor orientação possível ao veterinário para coleta de amostra”, disse. Segundo o dr. Márcio, o profissional de análises clínicas não tem capacitação para coleta, portanto, as amostras devem chegar ao laboratório a partir de uma parceria com o veterinário, respeitando o rigoroso critério de aceitabilidade e conhecimento dos valores de referência. Para ele, o laboratório deve se preparar e ter capacidade para trabalhar com pequenos volumes de exames.
Para crescer neste segmento, é preciso manter um diálogo constante com o clínico veterinário. “Entenda o glossário e seja humilde para dizer que não conhece o setor, caminhe de mãos dadas, dê e receba segurança, mostre seu laboratório e convide o veterinário para ver as lâminas, discuta os casos, converse sobre resultados parciais, e tenha critério na escolha das metodologias”, ensina. “O clínico veterinário será um cliente fiel case se adapte ao seu laboratório e confie nos resultados”, completa.
Trabalho de mão dupla
Para o especialista, é importante que o laboratório de análises clínicas seja parceiro e monte os kits de coleta, desenvolva um manual e treine o clínico veterinário no trato com as amostras. Ele lembra que muitos animas têm hábitos noturnos, portanto, os horários de coleta de amostras são diferentes, algo que é de conhecimento específico do veterinário. Além disso, ele destaca: “não assustem, resultados aberrantes são muito mais frequentes”.
Para os profissionais que desejam atuar neste segmento, é preciso muito estudo e a familiaridade com novos métodos. “Nunca se lê uma lâmina veterinária em panótipo, porque você não consegue ver algumas inclusões celulares”, exemplifica. Ele comenta que o veterinário entende muito de exames e tem bastante conhecimento de fisiologia e patofisiologia. Portanto, ele possui uma visão holística dos exames, o que pode ser muito enriquecedor no trabalho em parceria com o profissional de análises clínicas.
“Esteja aberto para acompanhar e discutir também os resultados de exames de patologia e imagens. A Veterinária nos traz isso com naturalidade, abrindo nossa mente para novos conhecimentos”, afirma o profissional. Outro atrativo é o mercado: o custo do exame veterinário costuma ser o dobro ou triplo do preço em relação ao exame humano, o que representa uma excelente oportunidade para quem deseja atuar com seriedade e respeito às normas. Uma delas se refere ao CNAE 7500-1, que é necessário acrescentar como atividade no CNPJ e no Contrato Social do laboratório de análises clínicas.
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