Estimativas fornecidas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que para o triênio de 2023 a 2025 ocorrerão 704 mil casos novos de câncer, 483 mil se excluídos os casos de câncer de pele não melanoma. São estimados 74 mil (10,5%) pelos cânceres de mama; próstata, com 72 mil (10,2%); cólon e reto, com 46 mil (6,5%); pulmão, com 32 mil (4,6%); e estômago, com 21 mil (3,1%) casos novos.

Na população feminina, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminina é o mais incidente no país e em todas as regiões brasileiras. O maior risco estimado é observado na Região Sudeste, de 84,46 por 100 mil mulheres, em seguida a Região Sul com 71,44 casos por 100 mil. E, a cada ano, mais de 30 mil mulheres são diagnosticadas com tumores ginecológicos no Brasil, de acordo com levantamento do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Distribuição proporcional dos tipos de câncer mais incidentes estimados para 2023 por sexo, exceto pele não melanoma* – Tabela adaptada

Representação espacial das taxas ajustadas de incidência por 100 mil mulheres, estimadas para o ano de 2023, segundo Unidade da Federação (todas as neoplasias malignas, exceto as de pele não melanoma) (INCA, 2022)

Exames sorológicos desempenham um papel crescente e importante no diagnóstico e monitoramento de cânceres, especialmente no auxílio à detecção precoce e no acompanhamento da evolução da doença.

Estudos têm mostrado que a detecção de biomarcadores circulantes, como antígenos e anticorpos específicos associados a tumores, oferece uma forma eficiente de identificar e monitorar diversos tipos de câncer. Um marcador tumoral é um biomarcador encontrado no sangue, na urina ou nos tecidos do corpo que pode ser elevado pela presença de um ou mais tipos de câncer.
O CA 15-3 é um antígeno glicoprotéico associado a células de câncer de mama, produzido em maior quantidade por células tumorais. Embora não seja usado como ferramenta primária para diagnóstico, ele é particularmente valioso em contextos específicos, como a monitoração de pacientes com câncer de mama já diagnosticado.

Em um estudo publicado no Cancer (2006), o CA 15-3 foi utilizado para monitorar a resposta ao tratamento em pacientes com câncer de mama metastático. A pesquisa demonstrou que os níveis de CA 15-3 tendem a cair em resposta a tratamentos eficazes (como quimioterapia ou terapia hormonal) e a aumentar com a progressão da doença, especialmente em pacientes com metástases ósseas ou hepáticas. Portanto, ele é particularmente útil para avaliar a resposta a terapias e fornecer pistas sobre a eficácia dos tratamentos.

O CA 15-3 é comumente utilizado para detectar recidivas de câncer de mama após tratamento. Ele não é considerado útil para rastreamento de pacientes sem histórico de câncer, mas seu valor aumenta no monitoramento de pacientes com câncer de mama em remissão ou em tratamento.

O marcador CA 15-3 tem um papel bem estabelecido no acompanhamento de pacientes com câncer de mama, especialmente em fases avançadas e metastáticas, e no monitoramento de recidivas após o tratamento. Embora não seja suficientemente sensível ou específico para diagnóstico precoce ou rastreamento em população geral, é uma ferramenta valiosa no acompanhamento de pacientes com histórico de câncer de mama. Seu uso é mais eficaz quando combinado com outros exames e métodos diagnósticos. O CA 15-3 continua sendo uma ferramenta importante na medicina oncologia, especialmente quando usado para avaliar a resposta ao tratamento e identificar a progressão ou recidiva da doença.

O diagnóstico tumoral é um passo crucial no manejo do câncer. Ele envolve uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem, com a biópsia sendo o método definitivo para confirmar a presença e o tipo de tumor. A detecção precoce do câncer é fundamental para aumentar as taxas de sobrevivência, e a conscientização sobre a importância de exames de rastreamento regulares pode ser um fator determinante para salvar vidas.