O mês de setembro é dedicado à valorização da vida e conscientização sobre a importância da saúde mental, por meio da campanha do Setembro Amarelo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais pessoas morrem em decorrência de suicídio do que por HIV e câncer de mama todos os anos

 

O suicídio é um problema de saúde pública à medida que afeta a vida da família, amigos e pessoas presentes na vida do indivíduo. O tema sugerido pela OMS, “Criando esperança por meio da ação”, busca nos lembrar que existem alternativas ao suicídio e que é preciso agir coletivamente para acabar com estigma que existe sobre o tema.

Compreendendo o suicídio e as possíveis causas

Atualmente, uma a cada cem mortes no mundo se deve ao suicídio. No Brasil, cerca de 38 pessoas tiram a própria vida por dia, totalizando 14 mil mortes por suicídio ao ano e, globalmente, este número sobe para 700 mil.

 

De acordo com o Boletim Epidemiológico sobre mortes por suicídio e notificações de lesões autoprovocadas, essa é quarta maior causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos e o risco é ainda maior entre aqueles que fazem parte de alguma minoria, como os LBTQIA+, indígenas, imigrantes e refugiados, por serem populações socialmente mais vulneráveis. 

 

Apesar de o suicídio estar ligado amplamente aos transtornos mentais, em 80% dos casos, segundo o Ministério da Saúde, é importante destacá-lo como um fenômeno complexo e multifacetado. 

 

Isso inclui experiências adversas no início da vida e características genéticas, assim como traumas,abuso de substâncias psicoativas, e inseguranças alimentar e financeira. Dessa forma, é preciso compreender que o suicídio é algo subjetivo, que é visto pela pessoa como um pedido de socorro e a única solução dos problemas.

 

Conversar sobre o suicídio, assim como sobre saúde mental, é necessário para que isso deixe de ser um tabu. Quanto mais se naturalizar a noção de que pedir ajuda não é algo a se ter vergonha, mais vidas serão salvas. 

Como criar esperança por meio da ação? 

Ao lidar com alguém que tem pensamentos suicidas é importante oferecer acolhimento, demonstrando como essa pessoa é importante e querida. Além disso, também é necessário oferecer recursos para que o indivíduo possa recuperar a saúde mental, como o acesso a terapia e outras formas de acompanhamento psicológico. 

 

A escuta ativa é o ponto inicial para compreender a situação e os sentimentos que a pessoa está vivenciando. Em conjunto ao acolhimento por parte de familiares e amigos, ouvir o indivíduo é importante para entender a origem da ideação suicida. Contudo, é fundamental que haja o acompanhamento de um profissional. No Brasil, existem pontos apoio que oferecem essa assistência, os Centros de Atenção Psicossocial, mais conhecidos como CAPS. 

 

Para evitar os suicídios, é preciso estratégias que envolvam diversos setores, em especial a educação, assim como o envolvimento de profissionais da saúde para a definição de intervenções preventivas que sejam acolhedoras. Ademais, é de extrema importância a formação de redes de apoio para aqueles que estão sofrendo com pensamentos suicidas. 

5 passos para falar sobre suicídio de forma segura 

Para acabar com o estigma em torno do suicídio é preciso dialogar sobre, mas é importante ter cuidado com a maneira que se fala, principalmente ao abordar o tema com quem está passando por isso. 

1- Valorize a vida e fale sobre a importância da prevenção 

Em todo tipo de abordagem, é fundamental sempre valorizar a vida, assim como a prevenção, mostrando que existem meios de sair dessa situação. 

2- Tenha empatia e ofereça acolhimento

A pessoa com ideação suicida precisa de compreensão; julgamentos e críticas podem piorar o estado em que ela se encontra. Portanto, procure sempre oferecer acolhimento e ter empatia. 

3- Não fale sobre métodos, nem compartilhe fotos e/ou vídeos

Esse tipo de conteúdo pode ser sugestivo e gerar gatilhos em quem está passando por um processo de recuperação. 

4- Dê explicações simples, sem romantizar 

Valorizar a vida não significa dramatizá-la: é importante explicar de forma fácil e propor soluções que sejam possíveis. 

5- Indique meios de se obter ajuda 

Como já mencionado, é importante oferecer mecanismos para a recuperação psicológica do indivíduo, e isso começa pela indicação de onde e quando procurar ajuda. 

 

Este ano, o Centro de Valorização da Vida (CVV) completa 60 anos, com mais de 40 milhões de atendimentos realizados de forma sigilosa, acolhedora e sem julgamentos. Este é um dos mecanismos que pode ser utilizado em momentos de urgência e auxiliar a evitar crises. Para entrar em contato com o CVV, basta telefonar para o número 188 ou acessar o site oficial.

 

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