Convidado pela Labtest para o 46º CBAC, o palestrante lembrou aos profissionais de saúde os procedimentos de biossegurança necessários para prevenção e minimização de riscos

Há menos de 20 anos, as pessoas colocavam ovos na porta da geladeira, vocês acreditam? Mas é claro que hoje ninguém faz isso, pois, como sabem, a porta é a parte da geladeira que mais sofre com a ventilação. E Superbonder na porta da geladeira, alguém coloca? Hoje todos sabem também que não pode colocar produto químico próximo a alimentos, certo? E pregador de roupa para fechar o pacote de Sucrilhos? Claro que ninguém mais usa! Colocar travesseiro no sol? Não, ninguém coloca. Assim como ninguém acredita na Lei dos 5 Segundos, aquela que permite pegar o alimento que caiu no chão bem rapidinho!

Se você se identifica com alguma das situações acima e é um profissional da área de saúde, você sabe exatamente o grau de contaminação que os alimentos e produtos podem sofrer, comprometendo a saúde das pessoas. O mesmo vale para situações de uso do celular no banheiro, uso de jaleco fora do laboratório ou de descarte inadequado de agulhas. A biossegurança entra aí, com conceitos e orientações para minimizar e reduzir riscos à saúde humana, animal e meio ambiente. É o que lembra o biomédico Roberto Martins Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria, palestrante convidado pela Labtest para o 46º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas (CBAC 2019), no Expominas, em Belo Horizonte.

“Os agentes de riscos biológicos podem causar diversos tipos de patologia. São os vírus, bactérias e fungos que podem afetar indivíduos ou comunidades”, disse. Ele destacou que os laboratórios devem zelar pelas normas gerais de biossegurança, tais como: prender cabelos longos, evitar calçados abertos, uso de joias e até lentes de contato. O ambiente do laboratório também deve manter portas de controle de acesso, ter pias que sejam acionadas com o pé ou joelho, projetos de fácil limpeza e descontaminação, janelas que se abram para o exterior e com telas de proteção contra insetos.

Superbactérias

Todo cuidado é pouco. “Por reações cruzadas com agrotóxicos, as bactérias adquirem resistência. Em 10 anos, a resistência aos antibióticos pulou de 5% para 30%. É para pensar e assustar”, alertou o dr. Bactéria. “Em relação aos profissionais de saúde, espera-se atitude. É melhor uma errada que não tomar atitude”, completou, lembrando que a coragem para mudar paradigmas vale para questões pessoais e de trabalho, e que errar faz parte do jogo. Para finalizar, ele lembrou que promover a saúde e qualidade de vida deve ser um compromisso diário dos laboratórios.